O Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, defende que as festas e a devoção ao Espírito Santo inspiram a sociedade a trilhar um caminho conjunto pela “paz” e de “amor ao próximo”.
“A cada ano que passa, através da realização das Festas do Divino Espírito Santo por todas as freguesias do nosso concelho e, no seu culminar, com as grandes festividades que agora se realizam, a devoção à Santíssima Trindade renova o propósito e incentiva-nos a uma caminhada conjunta em concordância pela paz, que é sempre possível quando vivemos e agimos fiéis aos valores da tolerância, da solidariedade e do amor ao próximo”, frisou.
Pedro Nascimento Cabral falava, esta quinta-feira, na Conferência Inaugural das XXI Grandes Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, na Igreja Paroquial da Matriz de São Sebastião, após uma palestra que foi ministrada pelo Reitor do Santuário do Santo Cristo dos Milagres, o Cónego Manuel Carlos Sousa Alves.
O Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada agradeceu ao Reitor do Santuário o facto de ter acedido ao convite da autarquia para ser o conferencista das XXII Grandes Festas do Divino Espírito Santo, versando, conhecedoramente, sobre o culto ancestral.
“Agradeço, penhoradamente, esta lição de sapiência e partilha do que foi, é, e continuará a ser a construção da fé de um povo em honra do Espírito Santo. Acima de tudo, registo a preservação da memória que garante a estas festas e a dignidade que lhes confere”, declarou o autarca.
Tendo manifestado a sua grande satisfação quanto ao facto de a Igreja da Matriz se apresentar repleta de pessoas e de fiéis em mais uma Conferência Inaugural, Pedro Nascimento Cabral realçou o fervor e fé que o povo continua a devotar ao Espírito Santo, firmando a identidade açoriana.
“É do povo que emerge a vontade maior de prestar homenagem à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. E é, em grande medida, dessa relação multissecular que subjaz a nossa identidade”, sustentou.
Para Pedro Nascimento Cabral, a devoção ao culto do Divino Espírito Santo está, assim, forjada na história dos Açores, simbolizando muito da matriz cultural e religiosa que se foi consolidando nas nove ilhas do arquipélago, desde o povoamento e ao longo de quase seis séculos.
“Outrora, ponto negro e difuso que, com a aproximação das naus, tomou forma de terra, vieram aqui os primeiros povoadores ‘semear’ uma forma única de ser e de estar, a meio do Atlântico Norte. Nestes nove pedaços de terra, conheceram as maravilhas e as agruras da natureza. E sim, ergueram os braços tementes a Deus para que adormecesse um vulcão, passasse a tempestade ou se acalmasse o mar”, recordou o autarca.
Também assim, acrescentou, a identidade açoriana foi “ganhando corpo e alma”, tendo como guias “os dons do Divino Espírito Santo” e como valores assentes a “partilha, a solidariedade e a fraternidade”.
Salientando, depois, o carácter “unificador” do culto à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade nos Açores e a envolvência fundamental das 24 freguesias de Ponta Delgada nas Grandes Festas do Divino Espírito Santo, Pedro Nascimento Cabral reiterou a forma digna como a diáspora açoriana vive, dignifica e projeta o culto pelo mundo.
“E nesta celebração de fé estamos novamente juntos. Uma vez mais, prestamos homenagem ao Espírito Santo, rogando que Ele nos ilumine a todos; Que, neste mundo ensombrado pela invasão inqualificável da Rússia à Ucrânia e pelo conflito israelo-árabe, cujas dimensões ainda estão por definir, os seus dons guiem os Homens na procura imprescindível pela paz”, concluiu.
A Conferência Inaugural das XXII Grandes Festas do Divino Espírito Santo foi abrilhantada com o concerto da Sinfonietta de Ponta Delgada, que estreou a Cantata Festiva, da autoria do compositor Sérgio Azevedo.
