O Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral destacou o importante contributo do livro “Ruralidade Micaelense”, da autoria de Renato Cordeiro, na “preservação da memória açoriana e na valorização do nosso património agrícola e rural”.
O autarca falava no lançamento desta obra, que foi apresentada na Igreja Matriz de São Sebastião, no arranque da programação das XXII Grandes Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada e que “colocou em letra de livro aquilo que é a identidade do nosso povo. Um trabalho admirável, importante não só para o autor, cujo amor pelo mundo rural é notório, como para toda a nossa sociedade, que desta forma pode conhecer e reconhecer instrumentos e as técnicas utilizadas em outros tempos e que fazem parte da nossa história, da nossa memória coletiva e do nosso progresso”.
“Este livro que é levado às estantes pelas Letras Lavadas é, na minha perspetiva, acima de tudo, uma homenagem mais do que justa aos homens que ao longo desses séculos trabalharam a terra, desbravando caminho, até aos dias de hoje. Esta obra é um autentico documento, que faz prova daquilo que é a nossa relação com a terra, é uma publicação que poderá ser consultada para estudos académicos ou por curiosidade. Estas páginas falam de tradições que até então foram passadas apenas de voz em voz, de geração em geração, permitindo que as técnicas agrícolas fossem aprimoradas, lembrando que não há futuro, nem presente, sem ter existido um passado”, vincou.
Aproveitando a presença do Presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, que esteve responsável por apresentar o referido livro, Pedro Nascimento Cabral fez ainda questão de “dar nota pública da preciosa ajuda da Associação Agrícola de São Miguel para a realização das Grandes Festas do Divino Espírito Santo em Ponta Delgada que, agora, se iniciam e estão, fortemente, ligadas às nossas tradições e à nossa ruralidade”.
Sobre esta obra, Jorge Rita ressaltou “a investigação rigorosa, a detalhada documentação e o profundo conhecimento do meio rural nela presente. Este livro desperta um sentimento de nostalgia, a quem está ligado à agricultura, e faz-nos recordar do que foi esta atividade em outros tempos, com um vasto repositório de utensílios e técnicas tradicionais”.
“Está aqui plasmada a obra dos nossos antepassados, um legado que não podemos esquecer e que devemos nos orgulhar. Porque somos um povo rural, nós açorianos crescemos e vingamos no mundo rural e devemo-nos todos orgulhar disso”, frisou.
Quanto ao autor, Renato Cordeiro, este aproveitou o momento para agradecer a todos os que contribuíram para a concretização desta obra “que no futuro, daqui a 20, 30 ou 50 anos, espero que continue a ser um utensílio, para quem quer conhecer a nossa identidade agrícola ou apenas saber um pouco mais sobre algum objeto agrícola antigo que tem em casa”.
Da parte da editora do livro “Ruralidade Micaelense”, o responsável pela Letras Lavadas, Ernesto Resendes, afirmou que “este livro é bem mais do que uma mera publicação, é um gesto revestido de responsabilidade, que salvaguarda a memória das nossa gentes, das suas palavras e das suas práticas, com um olhar atento e profundo que valoriza a história e o património agrícola da ilha de São Miguel”.
“É com orgulho que as Letras Lavadas se associa a esta publicação, que ao longo das suas páginas apresenta um reportório exaustivo de objetos que moldaram a nossa identidade insular. É um livro que apresenta um conteúdo valioso, que honra a resiliência e sabedoria prática das comunidades rurais dos Açores e que acreditamos que irá inspirar as novas gerações”, sustentou.